quinta-feira, 28 de fevereiro de 2008

Paz no coração

Ouvindo "O Maxixe". Maxixe sensacional do Grupo Terror dos Facões. Composição de Otávio Dutra, com Arnaldo Dutra no Cavaquinho, Creso de Barros na Flauta e Honório da Silva no violão. Gravação original feita pela Casa Edison em 1913. Restaurada e digitalizada pela gravadora Biscoito Fino. Parte de um trabalho sensacional de resgate dos primórdios de nossa música, com patrocínio do Governo Federal, através da Petrobras.

Digo, com toda a convicção, e por experiência própria, que o Choro é a única Música (maiúscula proposital) capaz de trazer paz ao coração.

Todo brasileiro que se preze deveria ouvir essas gravações pelo menos uma vez na vida. Para que saibam que um dia fizemos música de qualidade. Para que saibam que um dia criamos um estilo próprio, genial e genuíno de música, jamais igualado em ritmo, alegria e musicalidade por nenhum jazz, clássico ou rock. Para que saibam que o choro não se restringiu a Pixinguinha. Para que saibam que existiu o Grupo Terror dos Facões, a Banda do Corpo de Bombeiros, a Banda da Casa Edison, Pedro Galdino, Irineu Batina, Agenor Bens, Pessoal do Bloco, Benedito Lacerda, Dante Santoro, Altamiro Carrilho, Radamés Gnatalli, Ernesto Nazareth, Grupo Carioca, Choro Carioca, Baiano, Eduardo das Neves, Cândido das Neves, Anacleto de Medeiros, Grupo O Passos no Choro, Grupo Chiquinha Gonzaga, Patápio Silva e muitos outros que não me vêem à memória agora.

Muito obrigado, Joaquim Callado e Viriato Figueira da Silva, por fundarem este estilo musical único. Se existe paraíso, com certeza tocam o Choro lá.
Muito obrigado, Sr. Fred Figner, fundador da Casa Edison. Talvez não imaginasse isso na época, apenas estava ganhando dinheiro vendendo disco, mas o senhor não faz idéia da contribuição imensurável que estava dando à história da Música Popular Brasileira e à memória do povo brasileiro como um todo ao registrar tão belas manifestações artísticas.
Muito obrigado Humberto Franceschi, pelo acervo que acumulaste, salvando da destruição ou do ocaso permanente algumas das mais belas composições dos primórdios da nossa MPB, e por torná-lo acessível ao público.
Muito obrigado a todos da Sarapuí e da Biscoito Fino, por tornar possível o acesso a essa obra maravilhosa. Espero ansiosamente novos lançamentos, pois sei que essa é a pontinha do iceberg.
Enfim, obrigado a todos da Petrobras por patrocinar tão belo projeto.

Muito barulho por nada

E, para os fãs de teorias conspiratórias com direito a imperialistas que fazem de tudo para que o Brasil não cresça, uma decepção: Quem roubou os laptops da Petrobras contendo dados dos campos de Tupi e Júpiter não eram espiões a serviço de uma empresa concorrente ou de um governo estrangeiro, e sim um bando de pés-rapados ladrões de galinha.

Já no começo eu estranhei esse roubo. Pra começo de conversa, os campos de Tupi e Júpiter pertencem à Petrobras (e outras duas empresas, em caráter minoritário) e são descobertas provadas. Não haveria justificativa para você obter dados de algo que você não possuirá.

Suspeitaram da Halliburton, por suas ligações com o vice-presidente norte-americano Dick Cheney, e pelo fato do material roubado estar em um container pertencente à mesma. Também não procede, pois a Halliburton é parceira da Petrobras em projetos de prospecção a grandes profundidades e tem acesso a todos esses dados. Se ela se metesse em uma maracutaia desse tipo e fosse pega com a boca na botija, seria o fim. Em uma semana iria à falência, pois empresa nemhuma voltaria a negociar com ela.

Eu pensei que isso fosse ser tramóia planejada aqui dentro mesmo. Mas achei difícil porque, mesmo se uma empresa nacional tivesse os dados, não teria a capacidade financeira para tornar a produção viável comercialmente - além de se expor a um risco de, se descoberta, perder totalmente a credibilidade no setor, com a consequente falência.

Portanto, aquela fala de nosso presidente, dizendo que era "questão de estado" não passou de mera bravata.

Enfim, nosso presidente perdeu mais uma oportunidade maravilhosa de ficar de boca fechada...

PS: Parabéns para a Polícia Federal.

Mulher e carro

Mulher Lada:

Feia de doer, toda quadrada e vive dando problema.

(Lá vem porrada...)

A verdade só de calcinha e crua:

Abaixo vai uma foto de um protesto ocorrido em Sydney, na Austrália, feita por ativistas dos direitos dos animais contra a corrida de touros de Pamplona, na Espanha (a milhares de quilômetros dali).


Fonte: Veja

Uma coisa me chamou a atenção: como são gostosas! (Tudo bem, a vela acesa que tá sentada é meio testuda mas olha o tamanho mínimo da cinturinha).

Até pensei em entrar para um grupo de ativistas pelos direitos dos animais, mas declinei logo, ao pensar em ativistas gordinhas tirando a roupa em protesto contra a caça de baleias...

Tô Rico! Tô Rico!

E o salário mínimo aumentou. Foi de R$ 380 para R$ 412. Segundo o diretor técnico do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), Clemente Granz Lúcio, "É uma melhora pequena para o trabalhador, porém significativa, porque traz uma dinâmica complementar. Melhora o padrão de consumo das pessoas".

Beleza! Realmente eu percebo uma melhora significativa no meu padrão de consumo. Agora vou poder comer carne uma vez por mês!

quarta-feira, 27 de fevereiro de 2008

Assuntando

Não tem coisa melhor para o seu ego quando seu chefe lhe pede algo com urgência e você diz: já está pronto. Foi o que aconteceu comigo hoje.

***

É curioso quando algumas pessoas, não satisfeitas em mostrar seus argumentos, procuram desqualificar as pessoas quando escrevem algo com o que não concordam.

Percebi isso no blog do Reinaldo Azevedo. Às 05:31 do dia 26/02/08, ele escreveu um post saudando a decisão do Serra de vetar a entrada de estatais no leilão da CESP, com o objetivo, segundo o Estadão, de "garantir o ingresso do capital privado no setor de infra-estrutura e evitar a influência política na gestão das companhias".

Abaixo foi minha ressalva, devidamente publicada:

"Rei, só uma ressalva:

Você diz que "uma estatal dá ao estado e aos partidos que estão no governo um poder que eles jamais deveriam ter".

Mas se uma estatal dá lucro, não acho que seja lógico abrir mão dela tendo o parágrafo acima como argumento. É semelhante a cortar a macieira por causa de algumas maçãs podres.

E vale a pena lembrar que empresas privadas financiam eleições. E cobram a fatura depois. Ou seja, possuem uma interferência política tão forte quanto as estatais. Por exemplo: dois dos maiores financiadores das campanhas presidenciais nas últimas eleições foram bancos privados.

Deixo claro: dinheiro é muito bem vindo - público ou privado. Mas não vejo muita lógica na decisão de Serra, a menos que a CESP esteja operando no vermelho. Está
?"

Para ele, o papel do estado é fornecer segurança - jurídica, econômica e física - educação e emprego - através de políticas econômicas que estimulem a geração do mesmo. Apenas isso. O resto fica na mão da iniciativa privada.

Nada tenho contra dinheiro privado. É muito bem vindo, se gerar emprego. Só acho que se uma estatal é bem gerida e dá lucro, acho meio fora de lógica vendê-la, pelas razões que citei acima. E procurei mostrar que influência política não é apenas privilégio de estatais.

Bastou para alguns leitores mandarem comentários com esse (que se apresentou como "anônimo"):

Ai... que coisa...

Tem gente comentando aqui que
"estatal que dá lucro não devia ser privatizada..."

Eu, no caso..

Puxa vida... lucro e estatal não combinam, pois a ingerência política nas empresas come todo o ganho de produtividade...

Combinam sim. E você confirmará isso logo abaixo...

A Petrobrás dá lucro.... dá sim senhor.... O Banco do Brasil dá lucro... dá sim senhor... e o palhaço o que é???

É ladrão de mulher!

Essas empresas dão lucro porque têm que dar senão estarão na contra-mão da lógica do mundo...
*) Petróleo com preços perto do topo histórico...


Antes disso a Petrobrás dava lucro. Graças às mudanças feitas por FHC. E não precisou privatizar.

**) Bancos...que dizer dos bancos... ainda me lembro de petistas demonizarem os bancos pelos lucros abusivos... nuna mais se pronunciaram...

Falou muito e não disse nada. Quem cala consente. E os petistas demonizam, não eu. Embora ache um absurdo a diferença entre a selic e as taxas de juros reais praticadas pelo mercado. E eu disse que as empresas privadas também têm influência política. E mostrei os bancos como exemplo. O leitor contestou isso? NÃO.

Só falta reestatizarem a Vale e outras empresas do setor porque... dão lucro!!!

E quem falou em reestatização? Ficou louco?

Tio Rei... prá esses aí.... só desenhando mesmo...

É... mas parece que nem desenhando você vai entender...

Respondeu também um - de nome Claudino:

Começo concordando com o Anônimo da 8:56.

Quanto à "ressalva" do Calango, meu, numa boa!, por que vc não fez a analogia com insetos, ao invés de com maçãs podres? Afinal, é disso que os lagartos mais entendem e para o que têm melhor afiadas suas linguas. Por que não comparar assim, ó: "Faz sentido os órgãos sanitários do governo pulverizarem pela cidade inseticida para matar os Aedes Egyptis contaminados com o virus da dengue, quando também podem matar aqueles que não estão contaminados, contadinhos?"

E olha, calango, ainda assim a resposta seria: SIIIIMMMMM! para o caso dos mosquitos da dengue, contaminados e não-contaminados, e para o caso das estatais, lucrativas e não-lucrativas: em ambos os casos corta-se o mal pela raiz.


SIIIIMMMMM!!!! Para mim não é resposta. Te apresentei argumentos, se contrapunha a eles. Não venha se valer de analogias baratas - como eu fiz, mas seguida de argumento.

A minha resposta é NÃÃÃÃÃÃÃO! Simplesmente porque não segue a lógica. Algum conselho acionista de uma empresa privada abrirá mão de seus lucros por causa do gerente que rouba? NÃÃÃÃÃÃO!!! No máximo demitirá o gerente. Por que o estado deveria abrir mão de uma fonte de receitas, visando evitar "ingerência política"?

Aí me vem outro, também atendendo por "anônimo":

Álguns comentários vieram com a ladainha de que não se deve privatizar empresas estatais que dão lucro, é o velho lero antiprivativista. O dificil vai ser voces sustentarem com argumentos em que a privatização pode ser prejudicial ao País? Em que o controle estatal é melhor que o privado?

Em primeiro lugar, eu não disse em momento nenhum que a privatização foi prejudicial ao Brasil. Fui a favor de muitas delas, como as das teles e as do setor de transmissão e distribuição de energia.

Agora eu te lanço a pergunta: em que o controle privado é melhor que o estatal?
A questão que levantei foi de lógica, e não de ideologia.

Odeio estatocracia, assim como odeio estatofobia. Nada extremado pode fazer bem.

E para os que acham que estatal é sinônimo de ineficiência e prejuízo, pasmem: a maior empresa da Noruega é uma estatal - STATOIL - do setor petrolífero presente em mais de 40 países.

Imaginem o choque que deve ser para comentaristas como esses acima mencionados um país institucionalmente avançado - anos-luz à frente do Brasil - como a Noruega possuir uma estatal...

terça-feira, 26 de fevereiro de 2008

Assuntando

Nessa sexta estréia "Sicko" - "S.O.S. saúde" no Brasil, não entendo essa mania tupiniquim de mudar o nome original dos títulos dos filmes - o novo documentário de Michael Moore que exporá as mazelas do sistema público hospitalar norte-americano.

Desnecessário dizer que mesmo antes de chegar aqui o filme já foi execrado pelos conservadores brasileiros - pra ser mais preciso, Reinaldo Azevedo escreveu em seu blog um post às 06:53 do dia 31/01/2008 em que diz que não viu o filme, e afirma que gente intelectualmente séria não dá bola para Moore. Além de tachá-lo "o perfeito idiota norte-americano" - bem ao seu estilo ácido.

Pessoalmente, se for como Fahrenheit 9-11, já antecipo: vai ser uma merda. Vi Fahrenheit 9-11 no DVD e até meu pai, que é um analfabeto político, afirmou que esperava um documentário bombástico com alguma revelação surpreendente sobre os ataques terroristas de 11/9/2001, e na verdade o que viu foi apenas um filminho que só falava mal de Bush.

***

Notas ao vento:

Como se não bastasse na minha empresa ter o ASPONE, o CHEPONE, o COOPONE, o GEPONE, o GEGEPONE, o GEXEPONE, o DIPONE e o PREPONE, agora inventaram um novo cargo: o ESPONE - ESpecialista em POrra NEnhuma!

Haja REPONE pra juntar essa gente toda!

***

Hoje caí na bobagem de dar uma de inglês no chá das cinco (na verdade eram sete da manhã) e quis fazer chá com leite de uma forma menos ortodoxa - colocando o sachê de chá cítrico diretamente no leite. Além de virar motivo de chacota - eu fiz isso na copa da minha empresa - a solução ortodoxa não funcionou. Ou seja: fiz uma combinação horrível e ainda paguei o maior mico...

sexta-feira, 22 de fevereiro de 2008

Não tentem fazer isso em casa

Acordei hoje à 8:30 e fui procurar um toddyinho para meu café da manhã.

Segundo minha nutricionista - uma loiraça de seu metro e setenta e lábios grossos, enfim, a nutricionista que todo homem queria ter - isso póóóóde.

Só isso e um pãozinho com uma camada de manteiga com uma espessura de no máximo dez micras. A vida em dieta é uma merda! É o preço pela busca do corpo perfeito.

Não tem nem uma coisa nem outra. As traças que habitam minha casa - são mais quatro além de mim - se encarregaram do serviço. Enfim restou uma caixinha de Ades sabor laranja.

Que gosto horrível!

Para ver se dava um pouco mais de sabor, misturei com um legítimo Miolo Reserva da Serra Cabernet Sauvignon/Merlot safra 2005.

Ficou pior ainda!

O jeito foi beber tudo rapidinho pra não sentir o gosto...

quinta-feira, 21 de fevereiro de 2008

Máximas do mundo corporativo

"Cresce na empresa não aquele que fode todo mundo, e sim aquele que fode os caras certos."

quarta-feira, 20 de fevereiro de 2008

O homem que, às vezes, copiava

Não sou de copiar arquivos de blogs alheios. Sou muito inteligente para isso. Ah, e humilde também.

Mas esse texto extraído do blog da Cora Ronái é interessante pelo fato de Cora não ser alinhada com o PT. Portanto, ninguém poderá acusá-la de defendê-lo. Ela apenas atenta para o lógico: Veja está fazendo com Luís Nassif o mesmo que Franklin Martins e Paulo Henrique Amorim fizeram com Mainardi. o que tornam minhas as palavaras dela: é péssimo.

Nassif vs. Veja

Como a internet inteira já sabe, Luiz Nassif está fazendo uma série de acusações contra a Veja. Não sei o que a motiva; afinal, como ele mesmo diz a meu respeito, esses "são temas intrincados, e ela não domina essa área".

É verdade.

O Nassif está metido em jornalismo de cachorro grande e eu, como é público e notório, só escrevo sobre gato.

Ele há de ter suas razões, imperceptíveis à minha ingenuidade.

De modo geral, discordo da sua posição política, o que não há de ser surpresa para quem lê o que eu escrevo e lê o que ele escreve, se é que há quem se inclua em categorias tão díspares.

Mas isso é secundário, como é secundário o fato de, pessoalmente, nós termos respeito e simpatia um pelo outro. O que importa, aqui, é que a Veja decidiu processá-lo.

Péssima decisão!

A imprensa está vivendo um momento delicado, com processos de sobra movidos por terceiros. Para ficar apenas no exemplo mais recente, aí está a igreja universal do reino de deus disparando uma série de processos sobre a Elvira Lobato, através dos seus fiéis, no nítido intuito de silenciá-la.

Temos, além disso, um governo hostil ao "contraditório" (como eles gostam de dizer), louco para cercear a liberdade de imprensa.

Enfim: tudo o que não precisamos, agora, é que jornalistas fiquem se processando uns aos outros.

Já nem falo da trabalheira paralisante que dá um processo no Brasil. A parte econômica é pior. Se alguém quiser me mandar pra cadeia por alguma coisa que eu tenha escrito ou venha a escrever, vou me aborrecer, mas não vou entrar em desespero; ora, se até o Pimenta Neves continua solto...

Mas, vá lá, digamos que a Justiça seja dura comigo, que não tenho as costas quentes daquele assassino, e me mande mesmo pro xilindró. Eu vou. Alguém fica aqui em casa tomando conta dos gatos, o tempo passa, um dia eu saio e, podem apostar, volto a escrever o que quer que tenha me mandado pra lá em primeiro lugar.

Se em vez disso, porém, alguém me pedir indenização, estou frita, porque, à exceção de vender o apartamento, que é o único bem que possuo, não tenho de onde tirar dinheiro. E aí é bastante muito provável que eu meta a viola no saco, porque, entre outras coisas, com esse joelho quebrado fica difícil vender chiclete no sinal.

A lei, em suma, pode ser uma das formas de censura mais eficazes.

Por isso sou tão radicalmente contra qualquer processo movido contra jornalistas.

A Veja alega que responder à altura seria dar muita bola ao Nassif. Não dá pra negar que é um bom argumento,tanto que eu mesma o utilizo na área de comentários do blog. Pensando desapaixonadamente, se é que isso é possível no clima de Fla x Flu que domina o caso, por que é que, nas suas páginas, você vai abrir espaço para quem diz as piores coisas a seu respeito?

O Nassif -- que, ao contrário de mim, não tem nada de ingênuo -- não comprou briga com a Veja achando que ia ficar por isso mesmo. A essa altura, marcou pontos com todo mundo que ama o governo e/ou odeia a Veja e, de quebra, se pôs no centro das atenções dos colegas.

Não é pouca coisa.

Também pôs a Veja numa situação delicada. Ou ela rebate as acusações e, conseqüentemente, amplia a sua voz, ou o processa, dando chance a seus detratores de apontá-la como censora.

Se correr o bicho pega, se ficar o bicho come.

Tenho certeza que, por trás dissso tudo, há muito mais coisa do que sonha a minha ingênua filosofia; esses são temas intrincados, e eu não domino essa área.

Mas, independentemente de qualquer coisa que me escape, sustento: jornalista não processa jornalista.

Essa frase é, aliás, do meu amigo Diogo Mainardi, que tem sido um dos alvos do Nassif (que, por sua vez, já foi alvo do Diogo).

Em suma: quem é mídia ou tem espaço na mídia, e se sentir ofendido com o que foi escrito a seu respeito, que vá pro computador e responda na mesma moeda.

Processar jornalista é coisa pra igreja universal do reino de deus ou pro PT (pensando bem, dá na mesma).

E pronto, chega, vou arrumar livros.

Estou cansada desse mundo sórdido em que estamos vivendo.

Frase do dia

"O argumento pela intimidação é uma confissão de impotência intelectual". Ayn Rand

Muita calma nessa hora

Estão acompanhando o imbróglio Veja x Luís Nassif? Eu tô!

Nassif comprou uma briga das boas com o maior semanário do país e a quarta (ou quinta? ou sexta?) maior revista do mundo. Das duas uma: ou ele é um louco inconseqüente ou sabe de muita coisa que não sabemos.

Quanto à Veja, não vou falar sobre algo que não domino. Já teve uma assinatura em minha casa, mas eu tinha 17, 18 anos - dez anos atrás, como estou velho! - e não tinha muito discernimento. Dizem que ela é maniqueísta, tendenciosa, manipuladora, esclarecedora, sensacional, um patrimônio.

Seja o que for, sua credibilidade como meio de comunicação de massa está sendo posta à prova. Nassif está causando um barulho e tanto ao contar as supostas relações promíscuas entre a alta cúpula da Veja e o banqueiro Daniel Dantas. Em resposta, a Abril entrou com uma série de processos contra o economista. Um anti-clímax, considerando que Reinaldo Azevedo - o blogueiro oficial da Veja, católico, ácido, independente (?), polêmico - ao ser questionado de seu silêncio sobre os ataques de Nassif à revista, afirmou que o "silêncio é o prenúncio da tempestade".

Pessoalmente, eu esperava uma tempestade jornalística. Algum dossiê envolvendo Nassif, alguma informação adicional sobre Daniel Dantas ou a Br Telecom, alguma denúncia de recebimento de propina por parte de altas autoridades do governo. Não uma série de processos.

Ao ser questionado sobre a resposta da Veja, Reinaldo Azevedo responde em seu blog às 21:47 do dia 15/02/2008:

Boa parte é provocação estúpida, mas até há alguns que falam de boa fé: “Vocês não vão responder a isso ou àquilo?”

Tudo será tratado nos foros adequados. E reitero: cada coisa a seu tempo, para que o conjunto não acabe transformando canalhas em vítimas. Vocês sabem: o vitimismo é um dos refúgios da bandidagem. “Ah, matei porque tive infância difícil”. “Ah, sou terrorista porque sou um resistente político”. “Ah, sou caloteiro porque sou muito esforçado”. “Ah, estão me processando só porque sou pequenino”. "Ah, achaquei porque quero o bem do Brasil".
Daqui a pouco, vai ter gente cobrando que a gente responda, sei lá, às críticas que Marcola faz ao sistema penal brasileiro, não é? Daqui a pouco, alguém vai dizer: “Você viu o que Fernandinho Beira-Mar disse? Não vai responder?”

Com adversarios respeitáveis, é possível haver interlocução, mesmo que dura. Bandidos têm de ser tratados como bandidos.

Com lei e método.


Bonito, mas também não respondeu muito... talvez esteja, como eu, esperando os resultados dos processos para poder atacar (ou defender). Cautela e canja de galinha não faz mal a ninguém.

De qualquer forma, a série de reportagens sobre a Veja no blog do Luís Nassif e a resposta de Veja proporciona uma deliciosa leitura e uma sensação de suspense digna de um filme de Hitchcock. Nassif estrá, de fato, mostrando os expedientes sujos a que uma revista pode recorrer em troca de dinheiro e influência? Será um louco inconsequente desafiando a maior revista do país em busaca de fama, vingança - ou os dois? Estará agindo a mando de terceiros?

E a Veja? É realmente esse baluarte de moralidade que Reinaldo Azevedo tanto afirma? É uma inescrupulosa, capaz de atos abomináveis como "assassinato de reputação" para manter seus lucro, influência e status? É capaz de usar sua influência para livrar a cara de homens que agem à margem da lei, em troca de dinheiro? Estará, também, agindo a mando de terceiros?

Uma coisa é fato: qualquer lado que ganhar sairá extremamante fortalecido, e qualquer lado que perder levará um tombo sensacional e será impiedosamente massacrado.

A Justiça brasileira dirá. Vamos aguardar.

domingo, 17 de fevereiro de 2008

Acerte seu relógio (ou #$@%@$#%!)

Como se não bastasse ter que trabalhar à noite no sábado, ainda é fim de horário de verão. Sabe o que isso significa? ficar cercado de números e gráficos durante uma hora além das oito do turno!

Bem pelo menos ganho uma hora extra...

Lembrando um velho amigo

Orlando, ou melhor, Landão,

Copiei isso do teu blog - sim, ele ainda existe, embora você não dê o ar da graça por lá. Isso se você ainda consegue acessar seu blog, pois eu não consegui mais acessar o meu.
De qualquer maneira, achei esse poema um barato, até porque amo velocidade e tudo relacionado a ela. Gosto quando as coisas passam por mim formando meros borrões. Aliás isso é um resumo da minha vida: tudo passando em alta velocidade e algumas vezes parando no acostamento para admirar a paisagem.

Nelson Rodrigues dizia:

"Acho a velocidade um prazer de cretinos. Ainda conservo o deleite dos bondes que não chegam nunca!"

Sou um cretino, então...

Vamos lá:

O imaculado vento que me sopra
(Orlando Melo)

Hoje escrevi umas coisinhas bobas.
Peguei palavras tolas e joguei naquele caderno que só abro quando lembro de você.
Tudo tá muito lento por aqui, lento e arrastado, como a vida em dias de janeiro.
Peguei emprestado uma moto e corri feito um louco pelas ruas da cidade, o imaculado vento limpava minha alma nua que maculada estava pela tua.
Não sei o que pensei, ou até mesmo se pensei, pois se pensei o vento carregou junto consigo na lembraça dos traços do meu amor.
Obrigado imaculado que soprou o meu amor, resquícios aturdidos de alguém que não me amou.

Tudo isso me faz lembrar que estou devendo uma reedição dos velhos tempos dos rodízios de pizza em Vila Valqueire, quando quatro moleques duros de subúrbio - incluo nisso o Vaguinho e o Felipe - ficavam falando merda, fazendo vergonha, tirando sarro da cara do garçom que tinha jeito de viado, ou ficavam competindo - Vaguinho e Felipe - para ver quem comia mais pizza.

Te ligarei ainda essa semana. Grande abraço de urso, meu velho!

sexta-feira, 15 de fevereiro de 2008

Moderno x Contemporâneo (ou "tentando dar uma de crítico de arquitetura")

Qual a diferença entre o moderno e o contemporâneo na arquitetura?

Não é algo tão simples de responder como a diferença entre o charme e o funk, mas vamos tentar.

O "moderno" buscou romper com dogmas arquitetônicos baseado no classicismo, sendo reflexo de uma sociedade que se transformava cada vez mais rapidamente com o avanço tecnológico que permitiu o advento da produção em série e a difusão em massa de novos materiais - concreto e aço, principalmente - e técnicas de construção, assim como o aperfeiçoamento daquilo que já existia. Pode-se somar a isso o desgaste do ecletismo e de seus ornamentos - Adolf Loos sintetizou isso em "Ornamento e crime" - e a necessidade do desenvolvimento de novos métodos de habitabilidade para uma barulhenta e cada vez mais crescente classe média. Não havia mais espaço (e recursos) para a construção de palacetes com volutas, colunelas, frontões, abóbadas, etc. e tal. A funcionalidade e o conforto deveria se sobrepor à ornamentação. Tudo na casa deveria ter uma função. A casa seria, nas palavras de Le Corbusier, a "máquina de morar".

Meio teórico né? Pois bem, essa é a evidência de seu desgaste - poder ser teorizado.

Agora, o que pode ser considerado o "contemporâneo"?

Pode-se considerar uma reação ao desgaste do "moderno"? Sim. Mas há construções contemporâneas que com aparência modernista. E vale a pena lembrar que os cinco pontos de Le Corbusier ainda são utilizados até hoje.

Me asrrisco a dizer que o contemporâneo se volta para o passado - e isso inclui o Modernismo - através de novas linguagense com a tecnologia atual, assim como também se volta para o futuro - com todos os riscos e consequências de se caminhar rumo ao desconhecido.

E onde o Brasil se insere nisso?

Com exceções, no geral estamos em dois lugares: ou nas décadas de 50 e 60 - a blindagem criada pela mídia em torno de Niemeyer evidencia isso - ou no interior de uma casa européia ou norte-americana - basta desfolhar uma das inúmeras revistas de decoração hoje disponíveis.

Fizemos história durante o período modernista. O Brasil estava na vanguarda da arquitetura, através das obras de Oscar Niemeyer, Lúcio Costa, Affonso Reidy, Lina Bo Bardi, entre muitos outros. Niemeyer, por exemplo, é um extremamente bem-sucedido exemplo da antropofagia de Mário de Andrade aplicada na arquitetura - pegar o que vem de fora e transformar para nossa realidade. E isso com um dos mais simples elementos - a curva.

Ponto para Niemeyer? Sim, evidente. Porém, infelizmente hoje está sendo a bola de ferro (ou melhor, de concreto) presa ao nosso calcanhar. O velhinho é idolatrado a ponto de não ser admitida nehuma crítica contra o mesmo. Isso não é exclusividade dele - fazemos o mesmo com Senna e com Lula. Grande culpa possuem os meios de comunicação por isso. Mas a maior culpa é nossa mesmo. Pois essa busca pelo que se orgulhar nós mesmo fazemos. Isso nos impede de vermos com nossos próprios olhos e pensarmos com nossas próprias mentes. A mídia apenas se aproveita disso - e de maneira magistral. Acrescenta-se a isso a total falta de incentivo por parte do governo em novas soluções habitacionais. Na maioria das vezes isso é feito pelos institutos de pesquisa públicos e privados - que não possuem capital para o lançamento desses tipos de programas em larga escala.

O resultado podemos ver lá fora. Atualmente, poucos arquitetos conseguem fazer a antropofagia na arquitetura. Uma quantidade menor ainda consegue fazer uma arquitetura utilizando exclusivamente técnicas tradicionais com uma linguagem contemporânea. Muitos se contentam em ler a Casa Cláudia, a Casa Vogue, a Espaço D, a Kaza, entre outras.

quarta-feira, 13 de fevereiro de 2008

Dando volta para chegar a lugar nenhum

Preparem-se para me aturar dando uma de erudito...

O que é arte?

Arte era o que eu fazia na infânica. Mamãe que o diga... Não há como definir arte no sentido estrito da palavra. Algo belo aos nossos olhos pode ser ou não considerado arte, assim como algo que gere repulsa. Pode-se considerar arte tido aquilo que mexe com os sentidos, seja de maneira agradável ou impactante. Mas ainda assim é inconclusivo, pois algo que pode parecer agradável à primeira vista pode resultar monótono, assim como algo inicialmente repulsivo pode resultar atraente.
Ou seja: posso escrever um post quilométrico apenas para concluir que aquilo que convencionamos arte provém de uma experiência individual chamada fruição.

E ainda tem gente que escreve calhamaços apenas para chegar a essa conclusão...

Frase do dia

"O trabalho não é chato. O chato é trabalhar". Seu Madruga.