quinta-feira, 24 de janeiro de 2008

Diários de Bicicleta

Lá vamos nós!

É phoda vc andar de bicicleta no subúrbio.

Sabe por quê?

Porque para a prefeitura o Rio se resume a Zona Sul. Para a Zona norte, só resta os buracos, as costelas de vaca, os calombos e as rachaduras - e joguem suas mãos para o céu! Os borracheiros agradecem...

Logo que saio, tenho que entrar por uma rua de paralelepípedos. Que beleza! Eu, em uma bicicleta do tipo road, com aquele pneu parecendo um bambolê, sem nenhum recurso de amortecimento e um selim fino da porra absorvendo todas as irregularidades do solo.

Como pouca merda é bobagem, ainda tenho que aturar certos filhos da puta - me recuso a chamá-los de motoristas - que certamente compraram a habilitação - a carta de chauffeur, como dizia minha finada vó - cortarem pela direita, quase ralando as rodas no meio-fio e me obrigando a me jogar na calçada para que eu não vire estatística.

Respeitem o ciclista, filhos da puta!

Como se isso não bastasse, ainda tenho que frear bruscamente para não atropelar alguns beócios que não se dão ao trabalho de olhar para os dois lados antes de atravessar a rua. E se atropelar você ainda tá errado!

Agora eu entendo proque o trânsito no Brasil é uma guerra...

Esse é o segredo para gostar de seu trabalho... ter um hobby pior ainda!

sexta-feira, 18 de janeiro de 2008

À luz de velas

Com todas as críticas que eu tenho à ditadura - ou à revolução, chamem como quiser - uma das coisas que eu admiro neles é a sua visão de longo prazo. Tinham um projeto de País, diferente de hoje, cujos partidos possuem apenas um projeto de poder. E um país não é construído em quatro anos, e sim em quarenta.

Os antigos devem lembrar, quando foi construída Itaipu. Chamaram-na de todos os adjetivos possíveis, quase sempre depreciativos:

"Elefante Branco!"
"Dinheiro jogado fora!"
"Desperdício!"
"Obra Faraônica!"

Hoje estamos entrando em nossa segunda crise energética. Uma reedição da de 2001. Me pergunto: como estaríamos se não existisse Itaipu, ou Paulo Afonso, ou Sobradinho? Provavelmente eu estaria escrevendo esse post à luz de lampião, em um micro acionado a pedal, como a máquina de costura da minha vó.

Nada foi feito em sete anos. O governo diz não haver risco de racionamento, mas recomenda que consumamos menos. Para quê? Já que não há risco de apagão, eu vou ficar meia hora debaixo do chuveiro elétrico, assistir televisão até de madrugada, deixar minha cafeteira ligada para manter meu café bem quente, deixar o monitor do meu micro ligado enquanto faço um download durante a madruga entre outras coisitas mais...

Disfarça...

Odeio fazer apresentação de slides em data-show. Por quê? Quando funciona é uma maravilha. A merda é fazer o mesmo funcionar. Fica sempre aquela telinha azul - até um azul muito bonito, diga-se de passagem, mas inútil - e tenho que ficar conectando e desconectando o computador ou ligando e desligando o data-show até aparecer a imagem.

Mas façamos uma justiça pro equipamento. Ontem eu estava apanhando mais uma vez, e depois de ter chamado a secretária, o engenheiro, o técnico de informáica, o supervisor de TI* e o Gerente de TI, percebi que a razão da recusa do data-xô em funcionar estava no fato de que o computador estava desligado. Realmente, não funcionaria nunca!

Que mico!

Ou quase. Com muito jeitinho, sugeri resetar o computador junto com o data-xô para ver se funcionava, e malandramente liguei o computador. E isso tudo me fez lembrar uma das máximas do mundo corporativo:

"Sobe na empresa aquele que sabe melhor jogar a merda para debaixo do tapete."

*TI - Tecnologia de Informação

Um pouco de auto ajuda à lei de Murphy:

Disse Murphy:

"Se alguma coisa pode dar errado, dará. E mais, dará errado da pior maneira, no pior momento e de modo que cause o maior dano possível."

mas...

Se, mesmo após alguma coisa tiver dado errado, da pior maneira, no pior momento e com o maior dano possível, você ainda consegue sorrir... é porque já descobriu em quem pôr a culpa!

sexta-feira, 11 de janeiro de 2008

Homenagem ao Colosso

Há algum tempo, postei no meu ex-blog essa crônica. Acho que seria uma forma apropriada de homenagear o Homem que venceu a Natureza. E também todos aqueles que morreram tentando - não sei o número oficial, mas sei que passa de 150.

O monte - Uma parábola

Olhei o monte. Lá estava ele. Altivo. Imponente. Soberbo, na certeza de sua supremacia. Desafiante. Observei o granito nu e seu eterno e alvo véu. Comparo-o a uma mulher. Querendo ser seduzida. Olhando-me do alto. Despertando minha cobiça.

"Conquiste-me se for capaz!"

Subi. Muitos me acompanharam.
Muitos se limitaram a olhar. Uns torcendo pelos que subiam. Outros torcendo para que caíssem. Alguns pararam para tomar fôlego. Outros pararam e desceram. Outros tropeçaram e caíram. Outros continuaram a subir.
E a subida ficava mais íngreme. E mais fria. Não olhe para os lados. Não olhe para baixo. Não olhe para a frente.

Olhe para o alto, seu idiota!

Falta pouco. Agora tudo está branco. Um branco sedutor. E mortal. Muitos ficam cegos. Muitos param e descem. Muitos caem.

Não olhe o branco! Olhe o azul!

Lá está. O pico! Já vejo alguns acenando! Falta pouco! Alguns atiram pedras. Alguns são atingidos. alguns caem. De repente, um dos que atirava a pedra escorrega. Queda livre.
Poucos metros. Tenho vontade de correr, mas com isso vou me esgotar. Um pé na frente do outro.
Sou saudado por muitos. Alguns resmungam. "Sortudo..."

Muitos olham para baixo, observando os outros que ficaram.
Os outros que caem.
Os outros que sobem.
Os outros que descem.
Os outros que param.
Outros sentam e descansam. Olho a minha volta.

Só para descobrir que há uma montanha mais alta lá na frente.

Morre Sir Edmund Hillary

Sir Edmund Hillary, o Homem (assim mesmo, com H) que venceu o Everest junto com seu parceiro sherpa, Norgay Tensing, faleceu na noite de ontem. Nunca o conheci, e nem ele a mim. Mas o Cara foi um de meus ídolos de infância, pois o Everest sempre foi algo que me fascinou.


Sir Edmund Hillary

O Monte Everest, com 8848 metros de altitude, é o ponto mais alto da Terra. Fica na cordilheira do Himalaia, na parte pertencente ao Nepal. É o mais alto dos dez picos do Himalaia que superam os 8000 metros. Era inacessível até meados da década de 20 do século passado. Entre 1922 e 1952, houve sete tentativas de escalar o Everest, todas com insucesso, inclusive com perda de vidas. A mais famosa das tentativas desse período foi feita pelo alpinista britânico George Leigh-Mallory, acompanhado de Andrew Irvine, pela face norte.

George Leigh-Mallory

Por duas vezes Leigh-Mallory chegou a 500 m do pico. Desapareceu na face norte em 8 de junho de 1924, na terceira tentativa (seu corpo só seria encontrado em 1999). Até hoje deixa controvérsias, pois não se sabe se morreu subindo ou já na descida do pico - A foto de sua esposa, que Leigh-Mallory prometera deixar no topo do Everest, não estava com o corpo - e a câmera fotográfica levada pela dupla nunca foi encontrada, assim como o corpo de Irvine.

A Obssessão de Leigh-Mallory pelo Everest foi resumida em uma frase que o imortalizou, ao ser questionado o porquê de tanta vontade de escalar a montanha:

- Porque está lá

Somente no dia 29 de maio de 1953 o Everest foi vencido. Isso será oficial enquanto a caprichosa montanha não nos revelar se Leigh-Mallory a vencera ou não.

Haja bala!

Outro dia desses na Globo passou um enlatado poilcialesco americano chamado "Inferno Vermelho" ("Red Heart" no Inglês original - não entendo essa mania nossa de mudar os títulos dos filmes). Não lembro muita coisa do filme, só lembro que havia um policial russo (do tempo da Guerra Fria), interpretado pelo atual governador da Califórnia (não sabe quem é? joga no Google...) e um policial americano, interpretado por James Belushi (quem é esse?) atrás de um traficante russo. Mas houve em um dado momento do filme um diálogo entre eles que me chamou a atenção e lembro até hoje:

Atual governador - Quando houve a revolução (minúscula proposital) na China, todos os traficantes e os viciados foram reunidos em uma praça e fuzilados.

Belushi - É, mas aqui não dá pra fazer isso (com um certo pesar). Aqui há uma coisa chamada Direitos Humanos

Atual governador - Então matem os políticos.

Aí eu pensei: boa idéia! Por que não fazer isso no Brasil? Matem os políticos, os traficantes, os viciados, os consumidores eventuais (bom, tenho alguns amigos nesse grupo, but, sorry, é a vida...), os ladrões (de qualquer tipo), os bandidos fardados (ah, e os da civil também), os colarinhos brancos! E tô cagando para os direitos humanos. Fale sobre direitos humanos para o ladrão que rouba seu carro em um sinal, para o traficante que taca fogo em um ônibus com um monte de gente dentro, ou para o malandro que põe a arma na sua cara para tomar sua bolsa ou carteira e você verá qual será a resposta...

Já dizia o parachoque de caminhão: DIREITO TEM QUEM DIREITO ANDA.

quinta-feira, 10 de janeiro de 2008

A praga do politicamente correto

Leiam a notícia abaixo:

REI MOMO SAUDÁVEL: BAHIA SEGUE O RIO!

Jornal A Tarde

Novo Rei Momo Baiano tem 58 Kg e sairá de branco.
A Emtursa não confirma, mas já está tudo certo para Clarindo Silva de Jesus, dono da Cantina da Lua, bar tradicional do Pelourinho, ser o primeiro Rei Momo magro da história do Carnaval de Salvador, com seus 58 kg distribuídos em 1m70 de altura. No Rio de Janeiro, isso já não é mais novidade. Um decreto do prefeito César Maia já havia retirado dos obesos o privilégio momesco desde 2002, sob alegação de contribuir para a "saúde melhor".

Crédito: Ex-blog do César Maia

Falo eu

A praga do politicamente correto agora chega à folia (acho que já chegou há muito tempo, só não percebi...). Será que é tão difícil entender que a "magia" do Rei Momo está em seu, digamos, porte um tanto avantajado (e bem arredondado, diga-se de passagem)? Posso até estar sendo meio purista, mas vejo que Carnaval no Rio não existe mais. O que existe é um festival de plumas em meio a um monte de outdoors que é comentado por Glória Maria, Pedro Bial, Astrid Fontenelle e outros cujos nomes não me vêem à cabeça e é transmitido via satélite para o mundo todo. A questão de permitir um magrela como Rei Momo apenas evidencia minha constatação.

terça-feira, 8 de janeiro de 2008

Malandragem

Tenho muitos amigos motoqueiros. Alguns já se deram mal. Outros já se deram pior ainda. Agora uma coisa é fato: como usam de malandragem no trânsito!

Vejam essa foto feita por um pardal* na Av. Edson Passos, aqui no Rio:


Crédito: ex-blog do Cesar Maia

Detalhes:

- O pardal é de 40 km/h. A moto estava a 55 km/h.
- Olhem a mão boba!

Segundo o ex-blog do prefeito, a foto já foi entregue à 19 DP. Será que a Polícia Civil vai conseguir pegar os infratores???

Não percam o próximo capítulo!

*Pardal: gíria usada para identificar os radares de controle de velocidade que proliferam nas ruas, estradas e avenidas do Rio de Janeiro. Também chamados de caça-níqueis.

Uma reedição

Pra começo de conversa, colocarei uma postagem de um blog meu que eu nem sabia que ainda existia. Estou meio sem tempo para pensar e esse foi um dos textos mais legais que já escrevi. Divirtam-se!

Sobre falsos bacanas

Hoje dedicarei esse post a eles.

Só existe uma coisa pior que rico metido: pobre metido.

Por quê?

Um é, mas tem. O outro também é, mas pensa que tem. É fácil perceber esse tipinho: Anda sempre bem arrumadinho e de nariz empinadinho, se achando por cima da carne seca - até porque a maioria no seu círculo de convívio tem muito menos. Adora contar vantagem de lugares onde foi (geralmente algum lugar da região dos lagos - como se fosse o tudo...). Fica sempre reunido em grupinhos cujos pares têm comportamento semelhantes - aliás, um pré-requisito para fazer parte de qualquer grupelho de falsos bacanas. Grupinhos fechados e exclusivos. Discriminam quem está abaixo - por preconceito - e acima - por inveja.

Quem olha de longe diz: é elite!

Só se for da periferia...

Roupinhas bonitinhas - geralmente compradas na C&A, na Riachuelo, na Taco, na Toulon, na Sandpiper. Às vezes em alguma lojinha mais cara, tipo Folic ou Osklen - compradas na liquidação de inverno ou verão. Ah, ainda tem a Marisa, por que não?

E lá vão eles. Em seus carros 1.0 usados - financiados em 36, 48 ou 60 prestações ou comprados à vista depois de anos de economia de guerra. Colocam 20 reais de combustível e lá se vão com seus narizes empinadinhos para o Downtown, geralmente para o Barril 8000 ou o Na Pressão - duas mecas dos falsos bacanas - para desfrutarem suas batatinhas fritas e bolinhos de bacalhau e depois ratearem a conta.

Quando não fazem melhor. Pegam seus narizinhos empinados, seus carros 1.0 usados, colocam 20 reais de combustível para se deslocarem da Zona Norte até o Recreio dos Bandeirantes para comer naquele ma-ra-vi-lho-so rodízio de pizzas com 120 variedades que tem lá na Av. das Américas. Me pergunto: qual é a diferença entre comer em um maravilhoso rodízio de pizzas com 120 variedades no Méier e um maravilhoso rodízio de pizzas com 120 variedades no Recreio? Acho que vou fazer uma tese de mestrado sobre isso...

E o mais divertido de tudo: se acham o máximo!!!

Primeira!

Ouvi tanto falar nesse blogspot que acabei fazendo o meu. Agora que merda que foi achar um nome adequado para esse blog! Não por falta de criatividade daquele que escreve, e sim porque simplesmente todos os nomes que eu digitava não estavam disponíveis. Das duas uma: ou era muita falta de imaginação de minha parte ou tem gente demais no blogspot...

Bom, consegui! Estamos no ar.