quinta-feira, 29 de outubro de 2009

O meu Deus pessoal e intransferível

De uns tempos para cá, tive sérios questionamentos com respeito ao Deus bíblico e ao próprio cristianismo em si, cujo caráter coercitivo me levou a perguntar-me se era realmente válido. A leitura de textos de Epicuro, aliado aos escritos de Nietzsche (que era um admirador de Cristo, e achava que os judeus haviam subvertido sua mensagem original), a alguma leitura inicial de Ernest Renan e uma fuçada em história antiga e medieval, me fizeram chegar a conclusão de que a religião era (e é) um método eficiente e maquiavélico usado pelos homens para dominar outros homens. Apesar de não ter sido suficiente para me tornar um ateu, pois acho que existem muitas coisas que ainda fogem da compreensão humana, e não sei, creio existir alguma força superior por trás disso.

Note, que quando eu digo maquiavélico, digo não no sentido de maldade, e sim no sentido próprio de Maquiavel, que dizia que a melhor forma do príncipe manter a fidelidade dos súditos era através do medo. Em particular os mais ignorantes. Daí a bíblia afirmar que "o conhecimento nos afasta de Deus". Então deve ser melhor viver na ignorância?

Alguns dizem que conceitos com ética, honestidade, equilíbrio vieram com a bíblia. Mas Aristóteles já falava a respeito disso séculos antes, assim como Epicuro.

Isso fez mudar meu conceito de Deus. Não o vejo como aquele tirano bíblico egoísta e ciumento que dizia que lhe amava, mas se não o amássemos, seríamos lançados no lago de fogo e enxofre.

Do contrário, vejo-o como alguém disposto a pregar peças em nós, que vive nas pequenas coincidências da vida, que nos deu um mundo e um universo e disse: "desfrutem, pesquisem, questionem, descubram como isso tudo foi feito, e o que pode ser feito com tudo isso".

Talvez seja apenas o meu Deus pessoal e intransferível, como dizia Nelson Rodrigues. Bom, sendo pessoal ou não, me parece ser boa companhia.

sábado, 3 de outubro de 2009

Quando vier um tsunami...

... já sei onde vou me esconder: