sexta-feira, 25 de abril de 2008

Epitáfio para um paraíso agonizante

Essa é a ilha de Paquetá. Linda desse jeito, vista do alto (by google).

Lugar cheio de história, em cujas águas D. João VI encontrou a cura das úlceras em suas pernas. Lugar onde os chorões da velha guarda se reuniam para compor a História. Lar eterno do grande maestro Anacleto de Medeiros. Lugar que deu emprego a um jovem Sebastião Rodrigues Maia, como guia turístico.

Lugar que sofreu, tomando parte compulsoriamente em uma guerra que não era sua - a Revolta da Armada. Sofreu as consequências de sua participação forçada nas mãos do Coronel Antônio Moreira César, o cachorro louco hidrófobo sádico epiléptico. O mesmo Moreira César que teria um merecido e inglório fim em Canudos. Não sem antes agonizar três dias, e depois ter sua cabeça seccionada do corpo e exposta em uma estaca.

Lugar que apesar de tudo, manteve sua beleza. Até agora.

Digo até agora porque essa beleza está sendo paulatinamente contaminada tal qual uma folha de goiabeira por um fungo. Nesse caso, é um fungo acinzentado visto do alto e avermelhado visto de perto.

Esperava que as águas turvas da Grande Privada a mantivesse imune a essa enfermidade. Enganei-me. Hoje Paquetá começa a tornar-se um retrato 3x4 de nossa cidade. E ainda tem gente que enxerga beleza nisso.

Realmente, o Rio de Janeiro continua lindo...

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