sexta-feira, 18 de janeiro de 2008

À luz de velas

Com todas as críticas que eu tenho à ditadura - ou à revolução, chamem como quiser - uma das coisas que eu admiro neles é a sua visão de longo prazo. Tinham um projeto de País, diferente de hoje, cujos partidos possuem apenas um projeto de poder. E um país não é construído em quatro anos, e sim em quarenta.

Os antigos devem lembrar, quando foi construída Itaipu. Chamaram-na de todos os adjetivos possíveis, quase sempre depreciativos:

"Elefante Branco!"
"Dinheiro jogado fora!"
"Desperdício!"
"Obra Faraônica!"

Hoje estamos entrando em nossa segunda crise energética. Uma reedição da de 2001. Me pergunto: como estaríamos se não existisse Itaipu, ou Paulo Afonso, ou Sobradinho? Provavelmente eu estaria escrevendo esse post à luz de lampião, em um micro acionado a pedal, como a máquina de costura da minha vó.

Nada foi feito em sete anos. O governo diz não haver risco de racionamento, mas recomenda que consumamos menos. Para quê? Já que não há risco de apagão, eu vou ficar meia hora debaixo do chuveiro elétrico, assistir televisão até de madrugada, deixar minha cafeteira ligada para manter meu café bem quente, deixar o monitor do meu micro ligado enquanto faço um download durante a madruga entre outras coisitas mais...

Nenhum comentário: