segunda-feira, 22 de março de 2010

30 voltas em torno do Sol

É o que estou fazendo hoje. Mais um balzaquiano nesse Brasil varonil.

É uma hora em que você olha para trás e começa a perceber que trilhou um caminho. Acertos. Erros. Erros mais do que acertos. Infância feliz. Adolescência de merda, recluso em si, com medo do mundo. Digna de ser esquecida. Ruptura tardia na juventude. Pelo menos houve uma ruptura.

Mas foi preciso uma adolescência de merda para que eu chegasse onde eu estou. Não há tempo para lamentar o que passou, apenas devo cuidar para que a geração vindoura não sofra da mesma forma.

Alguns dizem que reclamo de barriga cheia, pois estou de fato muito bem, e que eu deveria saber que outros que viveram tempos de glória hoje estão em uma merda de fazer gosto, e me perguntam se eu gostaria que acontecesse o mesmo comigo. Óbvio que não. Mas isso não atenua o fato de eu ter cometido um erro fatal: me fechei em mim e em uma porcaria de religião quando deveria ter encarado o mundo de peito aberto, com todas as consequências. Deveria ter sido eu mesmo, ao invés de querer ser como outros que eu julgava estarem um nível acima. Resultado: tudo foi tardio, cheguei atrasado em tudo. E as consequências desse atraso ainda estão vindo até hoje.

Bom, fazer o quê? Só resta assimilar a lição e passar isso para os que virão.

Se bem que poderia ter sido pior, e poderia estar auto-confinado em um mundo paralelo até hoje.

Antes tarde do que nunca.

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