A melhor aula de música me foi dada por um senhor de 63 anos que trabalha na Arlequim, lá no Paço Imperial. Vende discos há mais de 40 anos.
Ele afirmou que antigamente haviam várias gravadoras, e um dono de gravadora ia para as ruas para ouvir as músicas. Hoje, o mercado fonográfico está concentrado em duas ou três empresas, cujos donos estão em uma sala de frente para um computador olhando planilhas.
Não se busca o mais talentoso, e sim aquele que pode proporcionar os lucros mais rápidos.
Outro fato: o ouvido do brasileiro, em um processo de mais de 40 anos, foi deseducado. Basta ouvir um samba de 40, 50 anos atrás e um "samba" de hoje.
Ainda: gêneros genuinamente brasileiros, como o Choro, foram deixados de lado em favor de estilos externos. Hoje em dia quem escolhe o Choro sabe que tocará para um mercado extremamente restrito, que não se desenvolve porque não é intenção das gravadoras o desenvolvimento.
Não porque não reconheçam a qualidade, mas porque é muito sofisticado para um público que ouve os Thiaguinhos da vida...
O brasileiro trocou a qualidade pela quantidade, e deseducou-se musicalmente.
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