sábado, 8 de março de 2008

Obrigado por nada

Foram seis meses. No começo, o éden. No fim, o deserto.

Era a mais cobiçada. E a ganhei. Sorte e azar. Você tem que ter muita bala na agulha para manter a mulher que todo mundo quer. Eu tinha. Só não sabia atirar.
Atirei no meu próprio pé. O que era troca de declarações mútuas de amor eterno virou atos sucessivos de cobrança unilateral.

"Quero alguém com aitude!"
"Quero alguém esperto!"
"Quero um homem!"

Homem? Só agora estava começando a conhecer o mundo. Vinte e quatro anos voltado para si e agora tinha uma responsa e tanto nas mãos. Tinha tudo para dar errado. E deu. Com uma mãozinha dos "amigos", que querendo o bem - deles - diziam que não tínhamos nada a ver.

Somente muita maturidade se contraporia de maneira bem-sucedida a tamanha torcida contra. E éramos carentes disso. E algo que tinha tudo para dar certo acabou da pior maneira.

O cara certo. A garota certa. No local errado. Na hora errada.

Foi a merda. Me afastei. Pouco tempo depois ela já estava envolvida com outro cara. Nem tive tempo de digerir direito o fim. Talvez tivesse encontrado nele a atitude que tanto faltava em mim.

Caí no mundo. Fui para longe. Conheci pessoas, pratos, taças.
Voltei um ano depois. Para saber que ela já estava com o "novo" relacionamento moribundo. Mas não mais me interessava. Conheci mundos melhores, me tornei mais exigente. Sabia do que era capaz.

E apareceu outra.Tão exigente quanto eu. Poderia dar certo.
Começou meio insólito. Em uma sala de cinema, assistindo "Batman, o retorno". Mau começo?
O relógio provou que não. Estamos juntos há dois anos , sete meses e dezesseis dias. Casaremos na próxima primavera.

Mas se hoje estou onde estou, foi porque há quatro anos atrás uma moça de bom caráter, porém egoísta e imatura se deixou levar por conselhos de "amigos" e jogou fora tudo de melhor que ofereci a ela.

E por sua - e minha também - imaturidade apenas tenho uma coisa a dizer:

Muito obrigado!

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