domingo, 27 de março de 2011

Europa, muçulmanos e Monteiro Lobato

Extraído do blog do Janer Cristaldo. Comento depois:

"A ALEMANHA E O TITANIC

El País comentou há pouco, em tom despectivo, o livro Deutschland schafft sich ab (A Alemanha se destrói), de Thilo Sarrazin, ex-diretor do Bundesbank e membro do Partido Socialdemocrata Alemão (SPD). Seis meses após seu lançamento, o livro se converteu em um caso editorial sem precedentes e vendeu 1,2 milhão de exemplares na Alemanha, em apenas seis meses.

E não por acaso: o autor acusa os imigrantes turcos e alemães de constituírem “o coração do problema”, devido à sua escassa integração e sua dependência massiva das ajudas sociais. Em 2009, às vésperas do 20º aniversário da queda do Muro, dizia Sarrazin:

“A integração requer um esforço por parte de quem quer se integrar. Eu não respeito quem não quer fazer este esforço. Não tenho porque reconhecer aqueles que vivem das ajudas públicas, mas negam a autoridade do Estado que as outorga, não educam seus filhos e produzem constantemente mais meninas com véus. Isto vale para 70% da população turca e 90% da população árabe em Berlim”.

Sarrazin, por afirmar o óbvio, foi acusado de racismo. Foi absolvido da acusação, mas perdeu seu emprego no Bundesbank e está por ser expulso do SPD. Embora interprete o pensamento da maioria dos alemães – prova disto é a espantosa vendagem de seu livro – provocou a ira das esquerdas que herdaram o ódio de Marx à Europa e tentam destruí-la. Se o marxismo falhou nesse intento, quem sabe o Islã tem sucesso.

Para Sarrazin, a “Alemanha tem, desde os últimos 40 anos, uma taxa de nascimento de 1,4 criança por mulher; isto significa que a população alemã se torna cada vez menos a cada geração. A Espanha, apesar de anos de retardamento, tem o mesmo problema com os nascimentos. Ao mesmo tempo, a natalidasde se distribui na Alemanha de maneira irregular nos distintos níveis de educação. Isto significa que os estratos sociais menos instruídos obtém uma maior média de nascimentos, e por esta razão o potencial da Alemanha se anula ainda mais rapidamente que a população. Em terceiro luga, o tipo de imigração que temos não é o adequado para resolver os problemas que nos afetam. Agora necessitamos apenas de trabalhadores qualificados. Se a taxa de nascimento dos imigrantes incultos, procedentes da Turquia e África, segue constantemente em alta, em poucas gerações a Alemanha terá uma maioria de população turca, árabe, africana e muçulmana”.

O que é óbvio. O que o autor está dizendo, no fundo, é que os imigrantes das zonas pobres do mundo ameaçam baixar o nível médio de inteligência de um país tão culto e desenvolvido como a Alemanha, como constata o próprio jornalista de El País. Mas o óbvio não convence o repórter:

- Quando olhamos para a Alemanha, não se vê por nenhum lado que a situação seja tão dramática...

Responde Sarrazin:

- A gente que bebia no bar do Titanic tampouco se dava contas de nada: a orquestra tocava, todo mundo estava bem, e nas primeiras horas ninguém notou o problema. Apesar disto, estavam condenados à morte, porque a água continuava entrando na nave.

Esta preocupação está longe de ser nova. Há mais de três anos, comentei Os últimos dias da Europa, no qual o historiador alemão Walter Laqueur analisa os problemas da imigração africana e muçulmana na França, Alemanha, Reino Unido e Espanha. Para dar uma idéia do livro, vou ater-me ao Estado alemão que, a crer-se no relato do autor, rendeu-se definitivamente à barbárie islâmica.

Os alemães começaram a receber turcos na segunda metade dos anos 50, em virtude de falta de mão-de-obra. Eram os gastarbeiter – trabalhadores convidados – que acabaram sendo hóspedes definitivos. Nos anos 70, a migração prosseguiu. Muitos pediram asilo político, quando em verdade fugiam das condições econômicas de seu país.

Os assistentes sociais “mostraram aos turcos como manipular a rede de seguro social, ou seja, como tirar o máximo de ajuda financeira e de outros tipos do Estado e das autoridades locais, dando um mínimo de contribuição ao bem comum”. O mesmo, diga-se de passagem, ocorreu na Dinamarca. Assistentes sociais adoram subdesenvolvidos. Ao contrário dos que imigraram para a França ou Grã-Bretanha, que de alguma forma arranhavam o francês ou o inglês, os turcos não falavam alemão e se isolaram em seus guetos. Seus filhos podiam até ir para as escolas alemãs, mas as filhas não podiam participar de atividades esportivas, excursões com as turmas ou aulas de biologia em que se falasse de sexo. “Insistiam no ensino islâmico na escola e ia aos tribunais para garantir seus direitos. Por fim, conseguiram.

As autoridades alemães contrataram professores de religião, em sua maioria estrangeiros fundamentalistas e que que ou não falavam alemão ou tinham um domínio mínimo do idioma”. Como as autoridades alemães achavam que o ensino religioso devia ser ministrado em alemão, a isto se opuseram as organizações religiosas turcas e o próprio governo da Turquia. “Os tribunais alemães, na dúvida, decidiam em favor dos muçulmanos. Rejeitavam as denúncias de não-muçulmanos com relação ao barulho provocado pelos alto-falantes das mesquitas, que amplificavam as convocações e preces dos muezins”.

As conquistas turcas avançaram. Metin Kaplan, um criminoso turco condenado a quatro anos por incitamento ao assassinato, recebeu da cidade de Colônia mais de duzentos mil euros a título de assistência social. A Milli Goerus, organização turca incrustada na Alemanha, tem como projeto um país que viva segundo as estritas leis do Islã, mesmo que para isso seja preciso fazer certas concessões até que os muçulmanos constituam maioria. O grupo tem em torno de 220 mil militantes e dirige cerca de 270 mesquitas na Alemanha. “Ela visa substituir a ordem secular no país em que vivem por uma outra baseada na sharia – a lei islâmica – , primeiramente naquelas regiões em que os muçulmanos são maioria, ou uma minoria representativa, e posteriormente à medida que seu espaço se expanda”.

Laqueur nos traz relatos insólitos dos bairros de Kreutzberg, Wedding, Neukoelln e outros habitados por turcos. Neles existem bancos, agências de viagem, lojas e consultórios médicos turcos. “Rapazes param as pessoas nas ruas e lhes dizem que, se não são muçulmanas, devem deixar as redondezas. As crianças alemãs têm sido expulsas de playgrounds. Na escola, os não-muçulmanos são pressionados a jejuar durante o ramadan, as garotas não-muçulmanas são coagidas a usar roupas parecidas com as das garotas muçulmanas ou, pelo menos, saias, calças ou camisetas que não sejam consideradas indecentes. Pais de estudantes tiveram conhecimento de que, sejam quais forem as orientações que a escola lhes dê, a mesquita e suas aulas têm sempre a prioridade”.

Ou seja, tá tudo dominado – comentei na ocasião. Os alemães já não mandam mais no próprio país. Seus próprios filhos têm de submeter-se a evitar determinados bairros e aos costumes islâmicos. E a Alemanha continua convidando muçulmanos para seu leito. A Lei de Cidadania de 2000 tornou mais fácil para os turcos obter a cidadania alemã. “Cerca de 160 mil têm se beneficiado anualmente desse direito”. Não bastasse isto, o governo alemão gasta atualmente cem milhões de euros por ano para promover a integração… com o inimigo.

A situação na França, Reino Unido e Espanha não é menos alentadora. Laqueur já aventa a possibilidade de regiões binacionais autônomas na França. Os muçulmanos poderiam fazer concessões com relação à sharia, e as autoridades francesas poderiam desistir do velho modelo republicano, com uma clara divisão entre Igreja e Estado. Em meio a isso, os judeus que se cuidem. Talvez muito em breve sejam forçados a um novo êxodo do velho continente.

Se a Europa, como a conhecemos, afundar, não terá sido por falta de alertas. Enquanto isso, leitor, siga o conselho que não canso de repetir: visite a Europa antes que acabe. Nossos netos não terão essa ventura."

Comentário:

O texto de Janer me lembrou mais uma vez do livro de Monteiro Lobato. "O Presidente Negro", que tive o prazer de ler por indicação desse legítimo ateu franc-tireur.

O texto fala a respeito da imigração muçulmana na Alemanha e no fato da taxa de natalidade entre os alemães ser inferior à dos muçulmanos que habitam as terras teutônicas, que pode gerar uma maioria muçulmana em poucas gerações. Diga-se de passagem, o mesmo fenômeno acontece na Inglaterra, França e Espanha.

Monteiro Lobato também previu isso em seu livro "O Presidente Negro". Só errou a etnia. No livro do taubateano, a Europa era dominada pelos amarelos. Nos nossos dias, a ameaça são os muçulmanos.

Com a palavra, Miss Jane:

- (...) No ano 3.527, por exemplo, vi na população da França evidentes sinais de mongolismo. Os trajes não lembravam nada do que usam hoje as criaturas em parte nenhuma da Terra, nem sequer pude perceber de que seriam feitos (...). Ficamos, eu e meu pai, perplexos ante aquele mongolismo da França. Só depois, fazendo cortes menos recuados e combinando uns com os outros, conseguimos decifrar o mistério. Tinham-se derramado pela Europa os mongóis e se substituído à raça branca.

Tudo isso espanta o Sr. Ayrton, que exclama:

- Que horror! Vai então acontecer essa catástrofe?

A jovem sábia responde com serena impassibilidade:

- Por que catástrofe? Tudo que é tem razão de ser, tinha forçosamente de ser; e tudo que será terá razão de ser e terá forçosamente de ser. O amarelo vencerá o branco europeu por dois motivos muito simples: come menos e prolifera mais. (...)

Diante dessas palavras, não há como ficar mais uma vez espantado com a capacidade visionária do escritor taubateano.

segunda-feira, 21 de março de 2011

Lá foi o negão...

Como fui estudante de Relações Internacionais (até o 3º período), aturem-me dando uma de comentarista político.

E o comentário de hoje será sobre a visita do negão mais popular do mundo atualmente. Não, não é o Pelé. É o Obama.

Todos ficaram encantado com sua simpatia e oratória (inclusive eu), mas que fique algo bem claro: é um homem de negócios do Estado.

Afagou o ego dos brasileiros com palavras bonitas, charme e carisma. Mas veio aqui por dois motivos principais: petróleo e empregos (para cidadãos estadunidenses). Isso ele deixou bem claro em seu discurso em Brasília.

Os Estados Unidos estão ainda sob efeitos da bolha imobiliária que estourou em 2008, e o crescimento do PIB em 2010 foi de meros 2,8%, isso com um déficit público de US$ 1,4 trilhão em 2010. A única forma de arrecadar e diminuir o déficit é exportando.

Obama está tentando criar uma saída para aumentar as exportações norte-americanas, e, como historicamente sempre foi, é a América Latina. Só que ele está com um problemão, pois tem a China no páreo, cujos produtos são muito mais competitivos, pela fartura de mão-de-obra. E além disso, Dilmão deixou bem claro que quer a derrubada de barreiras alfandegárias ao etanol da cana, que é muito mais competitivo que o etanol de milho, que é subsidiado. Só que isso não é fácil de conseguir, pois é necessária autorização do congresso norte-americano, que possui uma bancada fortíssima composta por integrantes que defendem os agricultores.

(aliás, dizer que não é fácil é eufemismo. É impossível)

Obama também está de olho no pré-sal. Não, a US Navy não vai tomar o pré-sal amanhã. Na verdade, eles querem diminuir a dependência do petróleo árabe, pois o Oriente Médio está se revelando cada vez mais instável. Especialistas estão quase certos que o próximo conflito de grande escala será lá. E o pré-sal brasileiro se revela um precioso achado. Tanto que o Eximbank norte-americano concederá US$ 1 bilhão para financiar projetos ligados ao pré-sal, além de acordos assinados na área de P&D. Além de um programa conjunto de desenvolvimento de biocombistível para aviação.

Esses discursos e visitas do Obama não é nada mais que o uso do seu magnetismo pessoal para conseguir apoio popular do brasileiro para uma agenda conjunta com o governo do Brasil (algo muito mais fácil de se conseguir se o governo brasileiro não tiver que lutar contra a oposição popular), com vistas a tentar frear a "invasão" chinesa. Conta a seu favor o fato de estarmos também sofrendo coma concorrência chinesa, o que pode facilitar um alinhamento.

A ascensão da China como terceira economia mundial nos deixa em posição muito melhor para negociarmos, pois somos 187 milhões de habitantes em um gigantesco território com reservas minerais gigantescas ainda não exploradas.

quinta-feira, 17 de março de 2011

Por que saíste de cena tão cedo?


O que ele diria sobre a visita do Obama nesse domingo? Provavelmente algo engraçado.

Que saudadis! Mussum forévis!

domingo, 6 de março de 2011

Schopenhauer. Atualíssimo. (II)

"Usar muitas palavras para comunicar poucos pensamentos é sempre o sinal inconfundível da mediocridade"

Nota do blog: de repente, não mais que de repente, lembrei-me de alguns colunistas tupiniquins.

sexta-feira, 4 de março de 2011

Schopenhauer. Atualíssimo.

"A condição deplorável da literatura atual, dentro e fora da Alemanha, tem suas raízes no fato de os livros serem escritos para se ganhar dinheiro."

Detalhe: Schopenhauer escreveu isso em 1851.